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Cartão de crédito: Portabilidade das dívidas e impactos para a economia brasileira

Paula Sauer, professora de economia e coordenadora do laboratório de inteligência financeira da ESPM

Autor: Paula Sauer

Entrou em vigor, na última segunda-feira (01), uma resolução do Conselho Nacional Monetário que visa diminuir as dívidas e melhorar a capacidade de planejamento do consumidor. A partir de agora, os usuários de cartão de crédito podem transferir o saldo devedor da fatura para algum banco que ofereça melhores possibilidades de renegociação. Mas, quais são os impactos, para a economia brasileira, dessa mudança?

Paula Sauer, professora de economia e coordenadora do laboratório de inteligência financeira da ESPM, diz que, com essa possibilidade de portabilidade da dívida, espera-se que a concorrência entre os bancos provoque uma redução das taxas de juros. “Essa redução, junto de melhores condições de pagamento, podem aumentar a disposição dos consumidores para utilizar o crédito, estimulando o consumo, importante motor para aquecimento da economia.”

A professora da ESPM explica que o cartão de crédito tem sido, há tempos, considerado o vilão das famílias que se encontram em situação de endividamento financeiro no Brasil, isso porque muitas pessoas não o utilizam de forma correta. “Esse meio de pagamento pode levar o consumidor a um intenso ciclo de endividamento, afetando não só sua saúde financeira, mas, também, sua saúde mental, impactando sua atividade profissional e sua família”, diz.

“Como todo o limite de crédito fica disponível de uma só vez para o cliente utilizar como bem entender e sem nenhuma garantia de pagamento para o credor, torna o juros do rotativo do cartão alto, e é justamente aí que começa o problema. Se perguntarmos às pessoas o que é rotativo do cartão, muitas não saberão explicar, nem mesmo as que já estão utilizando essa modalidade de empréstimo”, completa Paula Sauer.

A especialista está disponível para comentar sobre o assunto.

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